domingo, novembro 21, 2010

Gesto para atravessar faixas de segurança caminha para desuso

Prestes a completar um ano em Porto Alegre, gesto que ajuda pedestres a atravessar ruas é cada vez menos visto
Juliana Bublitz | juliana.bublitz@zerohora.com.br

A menos de um mês do aniversário de um ano do novo sinal de trânsito de Porto Alegre – a mão estendida –, o desrespeito continua imperando nas ruas e avenidas da cidade. Ao observar o comportamento de motoristas e pedestres em cinco pontos de grande movimento da Capital, onde se situam faixas de segurança sem sinaleira, Zero Hora constatou a ausência do gesto incentivado pela prefeitura para pedir passagem e verificou que poucos condutores deram preferência àqueles que pretendiam atravessar a rua.

Diante do Colégio Militar, no horário de saída dos alunos, a faixa não foi respeitada. As cenas de descaso repetiram-se em vias conhecidas pelo tráfego intenso, como as avenidas Borges de Medeiros, Aureliano Figueiredo Pinto e Erico Verissimo. Em todas elas, motoristas foram flagrados acelerando sobre a faixa, assim como pedestres atravessando fora dela – uma situação muito parecida com a que já havia sido registrada por ZH no início do ano.

Também não foram raros os casos de veículos freando em cima de populares ou parando sobre a faixa de supetão, inclusive ao lado da sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), na Avenida Erico Verissimo. Ali, como nos outros quatro locais visitados, não havia fiscais para coibir as infrações.

Além da ausência de agentes, surpreendeu o fato de que, apesar de todos reconhecerem a existência do sinal da mão, em nenhum momento o ato foi usado para pedir passagem. Em alguns casos, a frustração foi visível.

– Não acredito mais. Quase nunca funciona – afirmou Filipe Franco, 14 anos, aluno do Colégio Militar.

Diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari lamentou as reações captadas por ZH e disse que o órgão pretende intensificar as ações educativas, voltadas principalmente a escolas, a fim de reverter a situação.

– A EPTC, sozinha, não vai conseguir mudar os hábitos das pessoas. Precisamos que toda a sociedade abrace a causa e faça a sua parte – ressaltou Cappellari.

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