segunda-feira, dezembro 26, 2011

Tragédia no trânsito

Confira na tabela abaixo, a média de mortos no trânsito gaúcho nos últimos feriados de Natal
(Arte ZH Online)

CAMPANHAS SOBRE CONDUÇÃO COM O ALCÓOL...

...DEVIAM SER ASSIM...
    
Esta é Jacqueline com o seu pai, 1998.

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Esta é ela de férias na Venezuela.

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Numa de festa de aniversario quando ela era pequena.

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Numa festa com os seus amigos.

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Este era o carro em que Jacqueline ia. O outro carro conduzido por um jovem estudante de 17 anos chocou contra o carro dela quando voltava para casa. Aquele jovem estudante tinha tomado umas quantas cervejas. Isto aconteceu em Dezembro de 1999.
   

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Depois do acidente, Jacqueline precisou mais de 40 operações.

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Jacqueline foi tirada do seu carro quando ainda estava em chamas e o seu corpo esteve a arder durante 45 segundos.
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Com o seu pai, 2000.
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Durante o tratamento.
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Três meses após o acidente.
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Ao ficar sem a pálpebra esquerda, Jacqueline precisou de uma gotas para não perder a visão.

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Reggie Stephey

O jovem responsavel que provocou o acidente

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Agora com 20, não conseguiu perdoar-se a si mesmo por ter conduzido bebado naquela noite há três anos.
Está consciente de que arruinou a vida de Jacqueline Saburidos.
 
ANTES
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DEPOIS
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Nem todos os acidentes de carro causam vítimas mortais . Esta foto foi tirada 4 anos depois do acidente e os médicos ainda estão a tratar de Jacqueline, que apresentava graves queimaduras em 60% do seu corpo.


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Isto é real. Antes de pensar em não reenviar, pense que poderia ser com você, com seu filho, com seu(a)
namorado(a). Por Favor, envia isto a todas as pessoas que puderes para mostrar as consequências de conduzir bêbado.
CONSCIENTIZEM-SE. Nenhuma vida vale a diversão de uma noite!!!

POR FAVOR, ENVIE PARA O MAXIMO DE PESSOAS QUE PUDER, VOCÊ PODE ESTAR SALVANDO UMA PESSOA.
 
"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16
 

A ILUSÃO DA LEI PENAL



Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado criminal - O Estado de S.Paulo - 07/12/2011

Alguns senadores e deputados se especializaram no oferecimento de projetos de emergência, que estão criando o que se pode chamar de direito penal do pronto-socorro, que na realidade a nada socorre. O seu objetivo é afagar os eleitores, mostrando a sua preocupação para com situações que põem em risco bens e valores de grande relevância social. Assim, não se aprofundam na análise de tais situações, dos fatores desencadeadores do crime nem procuram mecanismos que possam coibir a prática delituosa, mas, sim, elegem o caminho cômodo e enganoso das leis penais.

Em regra são projetos de lei que criminalizam condutas, agravam penas de crimes já existentes, estendem o alcance de tipos penais a novas situações e reduzem direitos e garantias individuais. Em duas décadas, aproximadamente, 200 novos delitos foram incluídos no nosso Direito Penal Positivo.

A previsão legal de condutas como criminosas, acompanhada das respectivas sanções, é providência considerada por esses parlamentares como panaceia para a aflitiva questão da criminalidade. Não extraem lições do fato delituoso. Não se importam em encontrar meios para remover os fatores criminógenos e evitar o crime. Limitam-se a lançar uma cortina de fumaça para embaçar a visão da sociedade.

A mídia, por sua vez, estimula essa cultura repressiva. O crime não é tratado como verdadeira tragédia que é. Ele é visto, sim, como um espetáculo, com destaque para os aspectos mais chocantes e impactantes, que se imagina serem os de maior apelo para a sociedade. Já o Congresso serve como caixa de ressonância desses apelos meramente demagógicos e, portanto, ineficazes. Dentre esses aspectos, um que está ligado às consequências do delito é a pena de prisão, considerada a única resposta possível para o crime.

A teatralização do fato criminoso impede que a sociedade aprenda com o próprio crime a adotar comportamentos adequados que possam evitar ou diminuir sua incidência e minimizar seus efeitos. A análise do crime, das suas circunstâncias e, especialmente, das suas causas não consta da pauta da mídia e das preocupações da sociedade. Parece que o relevante é punir, e não evitar o crime.

Deve-se ter presente que a previsão legal de sanções penais não tem o condão de evitar a prática criminosa. A ameaça de prisão, a mais grave das sanções em nosso Direito, não inibe a prática delituosa. Fosse a prisão eficiente instrumento de intimidação, a lei penal teria estancado o aumento da criminalidade em nosso país. É, no entanto, vertiginoso e assustador o seu crescimento, não obstante a edição constante de leis punitivas.

Assim é no mundo. Nem sequer nos países onde a pena de morte é prevista e aplicada a escalada criminosa diminuiu.

As razões da falta de eficácia inibitória da lei penal ainda não foram devidamente detectadas. Mas é fato incontestável haver uma reação às leis que, de uma ou de outra forma, se divorciam da realidade e se distanciam do próprio querer social. Ademais, observa-se acentuada desobediência àquelas leis que apresentam grande desproporção entre a desvalia da conduta proibida e a sanção prevista.

Um exemplo recente de lei dissonante da realidade é a que pune o motorista que estiver dirigindo após ter ingerido determinada quantidade de álcool. Veio ela acompanhada de regulares bloqueios da Polícia Militar, prisões em flagrante, revistas pessoais, que contaram com ampla cobertura da televisão e de intenso noticiário jornalístico para dar ampla divulgação da repressão. No entanto, e não obstante, houve um considerável aumento dos acidentes de carro provocados por motoristas embriagados. Assim, toda a parafernália não serviu de exemplo nem intimidou os infratores.

Pois bem, em face do aumento desses acidentes, outros iluminados legisladores apresentam agora novo projeto, desta feita prevendo penas elevadas, sem a previsão de dosagem mínima de teor alcoólico. Será a lei da tolerância zero para o álcool. Vale dizer, qualquer ingestão, mesmo insignificante, sujeitará o motorista à prisão. Assim, tanto o licor num bombom ou uma única taça de champanhe quanto uma elevada dose de ingestão de bebida conduzirão da mesma forma ao cárcere. Irão todos para a vala comum dos criminosos, tendo ou não provocado acidente. E serão presos com ou sem a prova da embriaguez. Com efeito, ainda que não haja o exame de bafômetro, o mero testemunho de um transeunte de que alguém lhe pareceu estar alcoolizado será suficiente como prova. Demagogia barata, irracionalidade, irresponsabilidade de legisladores que, infelizmente, contam com o apoio e o aplauso de autoridades não menos descomprometidas com o bom senso, com os princípios de direito e com os ideais de justiça.

Como afirmou com muita propriedade o editorial Álcool zero para motoristas (16/11, A3), do Estado, trata-se de "um projeto draconiano que não terá condições de tramitação e de ser afinal sancionado". O mesmo texto alerta para o fato de que no ano de 2010 se assistiu ao maior índice de acidentes fatais no trânsito em 15 anos, o que não teria decorrido da leniência da lei, mas da carência de adequada fiscalização. Lembre-se que essa lei, em vigor há três anos, já é excessivamente rigorosa.

Há uma grande dificuldade em entender que a lei não muda condutas, mas sim a educação. E educação em seu sentido mais amplo: ser educado é ser ético, é saber distinguir o certo do errado, o justo do injusto, o moral do imoral, é ter compromissos com a sociedade, é ser solidário, é ainda conhecer os limites de sua liberdade, que residem no respeito aos direitos alheios. Esses valores antecedem a lei e dificilmente são praticados por imposição legal.

O medo da lei é insuficiente para que ela seja respeitada. É preciso que ela seja acatada por conter no seu bojo o que é eticamente adequado como reflexo do querer social.

INDÚSTRIA DA MULTA

Juremir Machado da Silva - CORREIO DO POVO

Não sei dirigir. Nem pretendo aprender. Sou a favor dos transporte coletivos, inclusive carona. Minha posição sobre o assunto, portanto, é desapaixonada. Não passo os domingos alisando capô de carro. Sou, com certeza, o palestrante adequado para falar de trânsito. Certamente por isso fui convidado pelo meu conterrâneo major Maciel para uma palestra aos policiais rodoviários da Brigada Militar. A minha posição: não existe a tal indústria da multa. É preciso multar muito mais. O motorista é, em princípio, um ser selvagem que só entende a linguagem do chicote que é o bolso. Todo dia vejo, ao menos, uma dúzia de infrações de trânsito. Motoristas de táxis, lotação e ônibus falam em celular enquanto dirigem. É a norma. Impossível uma corrida sem uma ligação durando de cinco a 15 minutos. Tem cara que discute a relação enquanto me transporta. Motoristas de carros particulares são ainda piores.

Peguei um táxi para ir ao centro de Porto Alegre. O celular do motorista tocou. Ele atendeu. Falando calmamente avançou para cima de uma senhora, na faixa de segurança, que se assustou. Um azulzinho lascou a multa. O motorista exasperou-se: "O senhor é testemunha das barbaridades que eles fazem". O azulzinho é a maior vítima do motorista infrator. A classe média adora leis que punam os outros. O problema das multas de trânsito é que a atingem. Toda santa noite encontro alguém que bebe e dirige. Na maioria dos motoristas habita um infrator incorrigível. Essa história da indústria da multa é uma racionalização inventada para desqualificar os agentes encarregados de domar essa horda de insanos motorizados.

Assim como o governo vai pagar prêmio para os fiscais da Fazenda que pegarem sonegadores, essa praga tão expressiva quanto a dos infratores de trânsito, deve-se premiar também quem multar mais. Tem a conversa mole do infrator que reclama ajuda ou lições de agente: "Em vez de ajudar e de ensinar, eles multam". Papo-furado. Quem tem carteira está obrigado a conhecer as regras. Existem distorções? Aparecem multas para infrações não cometidas? Claro. Mas isso é estatisticamente insignificante. Agente salafrário deve ser punido. Quer-se aumentar a arrecadação com multas? Ótimo. Quem não quiser ser multado tem uma só coisa a fazer: não cometer infrações. Todas as pessoas que reclamam das multas para mim cometeram e cometem infrações. Todas. O motorista é, geralmente, um perigo ambulante. Ao volante, dá-se uma mutação. O sujeito fica possuído por uma entidade do mal e torna-se mentiroso, enganador e, em alguns casos, até perverso.

O policial e o agente autorizado a multar são vistos como inimigos. Eu sou a favor de azulzinho escondido atrás de árvore. É o único remédio contra quem comete infração baseado no "não tem ninguém vendo". Um motoqueiro para junto ao táxi em que me encontro, em frente ao Hospital de Clínicas. Pergunta onde fica o HPS. O motorista explica que basta dobrar à esquerda. Diz que é proibido. Acrescenta: "Dá uma roubadinha". Depois, pisca para mim: "Não tem nenhum mala de azulzinho na área". Multa neles! Sem dó nem piedade. Viva a multa!

PRISÃO POR EMBRIAGUEZ CRESCE 58%

 


CONDUÇÃO VIGIADA. Em 2011, a cada duas horas um motorista foi atuado por crime de trânsito e levado a uma delegacia por dirigir alcoolizado - KAMILA ALMEIDA, ZERO HORA 20/12/2011

O maior rigor na legislação unido à fiscalização intensificada em cidades, estradas e rodovias fez com que houvesse um aumento de 57,9% nas ocorrências que levaram motoristas às delegacias gaúchas por dirigirem embriagados. Foram 4.551 casos até o final de novembro deste ano, contra 2.882 em todo 2010.

Este número significa que, a cada duas horas, uma pessoa embriagada foi autuada em flagrante por crime de trânsito e conduzida à DP neste ano, a maioria liberada mediante o pagamento de fiança e outra parte encaminhada ao presídio. Isso ocorre quando o motorista é flagrado com mais de 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido nos bafômetros.

Se somados aos casos abaixo ds 0,33 miligrama, o número de autuações por beber e dirigir já é 28% maior do que no ano passado, somando os dados da Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal. Eram 12.136 em 2010 e passaram a ser 15.553 em 2011.

Conforme o presidente do Detran-RS, Alessandro Barcellos, essa elevação nas intervenções policiais surtiu efeitos positivos. Os levantamentos apontam uma redução de 33% nos acidentes com mortes em Porto Alegre nos dias em que a fiscalização foi intensificada: as madrugadas de sexta e sábado.

– A tendência é aumentar (o número de autuações) à medida em que a população não se conscientize, porque vamos levar o Balada Segura para o interior do Estado no ano que vem. Nosso objetivo é chegar ao final de 2014 com 500 mil pessoas sendo testadas no Rio Grande do Sul só no Balada Segura – destacou Barcellos.

Segundo especialistas, os governos têm como adversário o descrédito das blitze. Promulgada em 2008, a Lei Seca fez com que a fiscalização fosse intensificada em um primeiro momento, mas perdeu força nos anos seguintes.

– Até (os motoristas) entenderem que nós não vamos parar com as barreiras, eles vão continuar se arriscando – complementa o presidente do Detran.

Representantes de órgãos policiais não acreditam que o aumento no número de autuações esteja relacionado com mais pessoas se arriscando ao dirigir embriagado. Segundo eles, a diferença é o cerco ao infrator.

Dados do Detran dão conta de que mais de 90% das pessoas paradas nas blitze do Balada Segura se colocam à disposição para o teste do bafômetro – desses cerca de 8% apresenta sinal de embriaguez.

O inspetor Antônio Marcos Martins Barbosa, chefe de Policiamento e Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), diz que a repressão deve se intensificar. Se antes o problema era a falta de aparelhos, agora o órgão tem de sobra. São 160 bafômetros para 140 viaturas atendendo às estradas federais no Rio Grande do Sul.

– A lei tinha muitos entraves que impediam que a polícia atuasse com rigor. Agora, não tem conversa. Quem não passa pelo bafômetro é multado e aqueles em que os níveis de álcool no sangue excedem os limites, podem ser detidos – orienta o inspetor.

Além das blitze urbanas, o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Abreu, destaca também ações implantadas pela BM no início do ano em praias e rodovias estaduais.

Cláudia Rübenich, pedagoga e especialista em trânsito, destaca o risco que o infrator impõe aos demais motoristas.

– As pessoas têm de deixar de ser egoístas. Geralmente aqueles que causam acidentes não morrem, matam inocentes ou pior: os deixam em cadeiras de rodas – afirmou Cláudia.

NÚMEROS:

Somando ocorrências de Brigada Militar e PRF

- 12.136 motoristas foram autuados por embriaguez em 2010

- 15.553 foram autuados até novembro de 2011

- 28% foi o crescimento de um ano para o outro

- 4.551 motoristas foram enquadrados em flagrante por crime de trânsito em 2011

- 57,9% foi o crescimento em relação a 2010 (2.882)

Autuados por embriaguez

- PF - 1.800 (2009); 2.340 (2010); 3.090 (2011)
- BM - 9.083 (2009); 9.796 (2010); 12.463(2011)
- Dados até o final de novembro.

O COMBUSTÍVEL DA TRAGÉDIA

 


EDITORIAL ZERO HORA 21/12/2011

O aumento considerável no número de motoristas detidos por embriaguez até novembro, em comparação com igual período do ano passado, vem sendo justificado mais pelo recrudescimento do rigor legal e da fiscalização do que pela possibilidade de mais pessoas estarem se arriscando a dirigir depois da ingestão de álcool. Por isso, cada vez mais, os motoristas precisam se conscientizar de que beber e assumir o volante, particularmente nas madrugadas de sexta-feira e sábado, implica não apenas riscos à sua própria integridade física e à de terceiros, mas também o de ser autuado em flagrante, de precisar pagar fiança e, mesmo, de ser encaminhado para detenção. Em meio ao protesto dos infratores, o fato positivo, que já se firma como tendência, é uma redução significativa no número de mortes em acidentes de trânsito, ratificando o acerto da iniciativa.

Ao contrário do que ocorreu a partir da vigência da Lei Seca, a partir de 2008, quando as providências de caráter preventivo e repressivo foram intensificadas apenas por um curto período, desta vez a intenção é manter as ações de forma permanente. Operações como o Balada Segura, que devem ser estendidas ao interior do Estado no próximo ano, e Viagem Segura, além de campanhas como o Desarme-se, do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), têm dado uma contribuição importante para reduzir excessos de consequências na maioria das vezes letais.

Até há algum tempo, beber e assumir posteriormente o volante era visto como algo natural na sociedade, provavelmente pelo fato de que os carros eram menos velozes e as estradas, mais bem cuidadas, além de o trânsito ser menos intenso. Hoje, porém, essa é uma combinação inadmissível.

Se quer mesmo contribuir para um tráfego mais civilizado de veículos, o poder público precisa continuar agindo com rigor contra os infratores. Sem essa preocupação, o Estado continuará submetido a constantes tragédias na maioria das vezes evitáveis, com potencial para transformar a dor em legado permanente.

ACIDENTES - BRASIL PERDEU R$ 14,5 BILHÕES EM 2011 E QUASE CINCO MIL VIDAS.


País perde R$ 14,5 bi com acidentes em 2011 - FOLHA.COM, 26/12/2011 - 06h30

DE SÃO PAULO. O Brasil deve perder cerca de R$ 14,5 bilhões com acidentes nas estradas federais neste ano, informa reportagem de Patrícia Campos Mello e Gustavo Hennemann, publicada na edição desta segunda-feira da Folha.

A reportagem completa está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha. O levantamento foi feito pela Folha com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e da Polícia Rodoviária Federal.

Os acidentes já custaram R$ 9,6 bilhões neste ano até agosto --último dado disponível-- um crescimento de 4,6% em relação a 2010. Um acidente com morte custa, em média, R$ 567 mil e 60% do prejuízo vem da perda de produção da pessoa.

Foram 4.768 acidentes com mortes, 43.361 com feridos e 79.430 sem feridos nas estradas federais do país.

Com o quinto maior número de mortes no trânsito do mundo, o governo propôs em maio plano de redução de acidentes, mas não avançou.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Guerra ao álcool

Deve ir à votação nesta terça-feira (6) o relatório final da Subcomissão sobre Drogas, elaborado pela senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP), criada para tentar combater a propagação das chamadas drogas lícitas no Brasil. E o texto que será analisado é duro com aquele que, aos olhos da maioria, costuma passar livre da análise crítica que mereceria por seu mal que representa à sociedade: o álcool.

O relatório sugere nada menos que "a proibição da propaganda de bebidas alcoólicas, a restrição da comercialização do produto, o aumento de impostos e também a integração entre os diversos níveis de governo". Para chegar a esse parecer, os integrantes da Subcomissão passaram os últimos meses ouvindo especialistas, representantes de grupos que tratam viciados em álcool e indivíduos que se recuperaram. O documento sugere várias medidas a serem adotadas pela União, os estados e municípios, além de propor mudanças na atual legislação.

Mesmo no momento em que o crack já é considerado caso de epidemia no Brasil, refletir e regrar o consumo de bebidas com teor alcóolico mostra-se, no mínimo, sensato para uma nação que bate recordes a cada ano em acidentes de trânsito provocado por motoristas alcoolizados, entre tantos outros péssimos exemplos, como agressões físicas, intimidações, faltas ao trabalho e violência familiar. Deve-se ainda considerar todas as consequências à saúde provocada pelo mal, o que, inevitavelmente, afeta os familiares das vítimas.

O presidente da Subcomissão, Wellington Dias (PT-PI), destaca que mesmo com o advento das drogas ilegais, o abuso do álcool é mais preocupante. “A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que álcool é o mais grave dos problemas relacionado às drogas em todo o mundo e recomenda que todos os países possam adotar, até 2012, políticas para redução do consumo”, afirma o senador. Enquanto cerca de 1% da população brasileira está envolvida com drogas ilícitas, os casos daqueles que fazem uso frequente do álcool chegam a 10%.

Aumentar o preço da venda ao consumidor através da taxação da bebida é uma das alternativas apontadas pelo grupo que participou da análise. No nosso país, lembra o parlamentar, uma cerveja sai para o bolso do consumidor por R$ 3,00, enquanto na Europa ela chega a R$ 40,00. O relatório irá sugerir também mudanças na legislação para aumentar o controle e apontar a importância de o Brasil tratar o tema de forma integrada, mais próximo do diálogo com as demais nações da América Latina.

Este ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta. Quase 4% das mortes mundiais são atribuídas ao álcool, maior do que as causadas por Aids, violência e tuberculose. Entre aquelas pessoas com idades entre 25 e 39 anos, 320 mil morrem por problemas associados ao álcool.

Lombadas registram 2.158 infrações de trânsito

Rio Grande

Por: Andressa Barbosa  

andressa@diariopopular.com.br


Cerca de dois meses após a reativação das lombadas eletrônicas na ERS-734, o número de autuações já chega a 2.158. O número é considerado elevado pelo Departamento Autônomo de Estradas (Daer), que esperava índice menor até o dia 25 de novembro, data de finalização do primeiro levantamento.

Na avaliação do diretor de Operações Rodoviárias do Daer, Cléber Domingues, a quantidade de infrações registradas nos primeiros meses de atuação das lombadas sinaliza que os condutores ainda não respeitam a velocidade permitida na rodovia. Segundo ele, uma das causas prováveis pode ser a descrença da população perante a iniciativa ainda recente. Apesar disso, o diretor reforça que é muito cedo para se estabelecer uma tendência e que somente após o período de um ano será possível elaborar a abordagem mais detalhadada.

Penalidades
As autuações registradas pelos sistemas de lombadas instaladas em Rio Grande são enviadas automaticamente para o Setor de Operações, localizado em Esteio. Registrada a infração, o Daer tem 30 dias para apresentar a notificação.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Top 10 descasos com a Lei Seca

O consumo de álcool é responsável por 40% dos acidentes de trânsito registrados no país. A legislação atual considera alcoolizado o motorista com mais de 6 decigramas de álcool no sangue, o equivalente ao consumo de um copo de cerveja. Mas a CCJ (Comissão de Constituição Justiça e Cidadania) do Senado aprovou, em novembro, projeto de lei que exige teor zero de álcool aos motoristas. Ainda falta sanção da Câmara.
Veja alguns casos envolvendo embriaguez ao volante em 2011:
24/03/10 - Em blitz, Maitê Proença admite ter bebido

A atriz Maitê Proença foi parada pela blitz da Lei Seca em frente ao Copacabana Palace, no Rio e admitiu ter ingerido bebida alcoólica. Ela não fez o teste do bafômetro e estava sem carteira de habilitação. Seu carro foi rebocado.
17/04/11 – Aécio Neves se recusa a fazer teste do bafômetro

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi parado pela Lei Seca no bairro do Leblon, no Rio, e, além de se recusar a fazer o teste do bafômetro e ser multado em R$ 957,70, estava com a habilitação vencida. O parlamentar chamou um amigo para dirigir a Land Rover que guiava e foi liberado.
09/07/11 – Advogada morre em acidente entre Porsche e Tucson
Acidente envolvendo dois carros de luxo no Itaim Bibi, em São Paulo, culminou na morte da advogada baiana Carolina Menezes Cintra Santos, 28 anos. De acordo com a polícia, Carolina dirigia uma Tucson na rua Bandeira Paulista, furou o sinal no cruzamento com a rua Tabapuã e foi atingida pelo Porsche do engenheiro Marcelo Malvio de Lima, 36, que vinha a cerca de 116 km/h, numa via em que a velocidade máxima é de 60 km/h. A advogada morreu na hora.
Ainda segundo a polícia, Marcelo dirigia embriagado. Ele foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
23/07/11 – Jovem morre após ser atropelado por Land Rover

O administrador de empresas Vítor Gurman, 24 anos, morreu após ser atropelado por um Land Rover na rua Natingui, Vila Madalena, na capital paulista. Ele voltava a pé para casa depois de uma festa quando foi atingido pelo veículo.
A nutricionista Gabriella Guerrero retornava de uma casa noturna com o engenheiro Roberto de Souza Lima, seu namorado e dono do carro, quando perdeu o controle da direção. Laudo do IC (Instituto de Criminalística) aponta que o jipe estava a 57 km/h no local do acidente. Na via, o limite de velocidade é de 30 km/h.
Segundo a polícia, no dia do acidente Gabriela se negou a fazer o teste de bafômetro e também o teste de dosagem alcoólica, mas realizou o exame clínico no qual foi constatado que estava alccolizada. A nutricionista foi indiciada sob suspeita de homicídio doloso (quando há intenção de matar).
30/08/11 – Habilitação de Caio Castro é apreendida
Caio Castro foi outro ator que teve a carteira de habilitação apreendida durante uma blitz da Operação Lei Seca na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O ator se recusou a fazer o teste do bafômetro e teve de pagar uma multa no valor de R$ 957,70, além de responder a um processo administrativo do Detran. Já o carro do global, uma BMW, foi liberado depois que ele apresentou outro motorista para conduzir o veículo.
17/09/11 – Motorista atropela e mata mãe e filha em frente a shopping
Mãe e filha morreram atropeladas na Marginal Pinheiros, em São Paulo, quando saíam do Shopping Villa-Lobos. O auxiliar bibliotecário Marcos Alexandre Martins , autor do crime, foi preso em flagrante com sinais de embriaguez logo após o acidente, mas teve a prisão relaxada pela Justiça no dia 3 de outubro.
A dona de casa Miriam Baltresca, de 58 anos, e a filha dela, a advogada Bruna Baltresca, 28, estavam na calçada caminhando até o carro quando foram atingidas pelo Golf de Marcos. Segundo a polícia, o ponteiro do veículo travou marcando 100 km/h. O limite de velocidade na pista local da Marginal Pinheiros é de 70 km/h.
Rafael Baltresca, 31, que perdeu a mãe e a irmã no acidente, lançou o site www.naofoiacidente.org com a intenção de reunir 1,5 milhão de assinaturas para propor um projeto de lei que estabeleça prisão para quem comete crimes por dirigir alcoolizado.
22/10/11 – Motorista embriagado mata dois garis atropelados

Dois garis morreram e um terceiro ficou gravemente ferido após terem sido atropelados por uma caminhonete Toyota Hilux na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O motorista do veículo, que apresentava sinais de embriaguez, foi detido e indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
O acidente ocorreu no trecho que dá acesso à ponte Engenheiro Ary Torres, na região do Morumbi, zona sul de São Paulo. O motorista da caminhonete, um bancário de 32 anos, teria perdido controle do veículo e atingido os garis enquanto eles trabalhavam.
O condutor do veículo confessou aos policiais que estava voltando de uma festa, onde teria ingerido bebida alcoólica.
18/11/11 – Atleta morre após ser atropelado em racha
Racha disputado em Campinas, interior de São Paulo, terminou com a morte do professor de jiu-jítsu Kaio César Alves Muniz Ribeiro, 23 anos. O professor havia saído da casa da namorada e estava na calçada quando o Audi A3 preto da empresária Adriane Aparecida Pereira Diniz Ignácio de Souza o acertou. Adriane estava acompanhada de um passageiro de 24 anos e disputava corrida em via pública com o também empresário Fabrício Narciso Rodrigues da Silva, condutor de um Camaro amarelo.
Adriane concordou em realizar o teste do bafômetro quatro horas após o acidente. O resultado foi 0,42 de miligrama de álcool por litro de ar expelido, número acima do permitido pela lei (0,3 de miligrama por litro. No Audi A3, policiais encontraram uma garrafa e uma lata de cerveja. A dupla chegou a ser presa, mas foi beneficiada por um habeas corpus.
21/11/11 – Casal de namorados é atropelado por motorista embriagado
Um jovem de 18 anos perdeu o pé e foi submetido a uma cirurgia após ser atropelado por um motorista que estava alcoolizado. O crime aconteceu no bairro Alípio de Melo, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O condutor foi autuado por tentativa de homicídio.
O rapaz voltava de uma festa de aniversário com a namorada e outras quatro pessoas. O grupo caminhava ao lado da mureta central da avenida João Paulo I quando uma kombi que vinha no sentido contrário acelerou e, após passar em um quebra-molas, atingiu Vinícius de Assis.
Depois de comprovada a embriaguez por meio do teste do bafômetro, segundo a Polícia Civil, o condutor foi autuado por tentativa de homicídio com dolo eventual.
23/11/11 – Motorista alcoolizado causa três mortes na Bahia
Um motorista provocou a morte de três pessoas que estavam em uma caminhonete na BR-242, oeste da Bahia. Ele invadiu a pista no Km-860 da rodovia. À polícia, o condutor admitiu que bebeu uma latinha de cerveja, mas minimizou o fato. “Não bebi tanto assim”, declarou.
O teste do bafômetro apontou o valor de 0,60 miligrama de álcool por litro de ar expelido, superior ao permitido por lei. Testemunhas chegaram a iniciar um movimento de linchamento e a Polícia Militar foi acionada para conter a situação. O motorista foi autuado.