Ações de educação para o trânsito, ninguém duvida, constituem-se, hoje,
numa grande necessidade em nossa sociedade. Os números trágicos de
vítimas e de acidentes estão a exigir que sejam realizadas e
intensificadas, alcançando um número maior de pessoas.
Tais ações vem sendo realizadas por inúmeras entidades governamentais e
não governamentais para diferentes públicos. A proposta de construção
coletiva de um documento norteador nasceu da constatação de que um
trabalho solidário, que respeite os diferentes projetos pela melhoria do
trânsito, deveria estabelecer bases para a integração de esforços das
instituições e organismos que têm buscado a humanização, potencializando
as ações educativas “criando uma rede de solidariedade para a
concretização de um trânsito seguro no Rio Grande do Sul ” (PROGET,
pág.15).
Em Julho de 2003, o trabalho desta construção coletiva foi iniciado sob
a coordenação do Detran-RS. Foi construída uma proposta preliminar de
texto por uma comissão representativa de diversas entidades envolvidas
em educação e segurança no trânsito, a qual foi analisada e avaliada em
09 encontros regionais no Interior do Estado, por cerca de 600 pessoas,
após o que voltou à Comissão para o trabalho de validação das sugestões e
redação final.
Publicado o texto, foram realizados outros nove encontros no Interior
do Estado com objetivo de socializar e sedimentar o conteúdo do Programa
Gaúcho de Educação para o Trânsito.
Em 2007, estarão sendo realizados encontros regionais para
implementação deste Programa com vistas a se estabelecer e fortificar
uma rede, que congregue todos – instituições, pessoas, ONGs – que
estejam envolvidas ou queiram se envolver em ações de educação para o
trânsito, para que tenhamos um trânsito menos violento, mais humano e
mais solidário no Rio Grande do Sul.
Princípios Norteadores
1. Respeito e cumprimento efetivo das disposições legais,
possibilitando ao indivíduo o exercício da cidadania, a conquista da
dignidade humana e da qualidade de vida plena.
2. Concepção de trânsito centrada em valores éticos que priorizem a vida.
3. Ações educativas contínuas, de acordo com o contexto e com o
público a que se destinam, que promovam comportamentos seguros, através
da construção de uma consciência cidadã e democrática.
4. Desmitificação da cultura de trânsito centrada no binômio
veículo automotor/condutor, promovendo uma reflexão crítica sobre todos
os usuários do trânsito.
Objetivos
1. Envolver todos os segmentos da sociedade na promoção de ações
de educação para o trânsito, num processo de permanente análise e
discussão, buscando unidade de ação, com vistas a criar uma nova cultura
no trânsito gaúcho.
2. Incentivar, acompanhar e avaliar, em caráter permanente,
ações, atividades e projetos de educação para o trânsito – na educação
formal e não formal – de modo a conscientizar a sociedade sobre o papel
de cada um no trânsito e as formas de resolver os desafios advindos dos
problemas por ele gerados.
3. Incentivar e promover a participação e o comprometimento dos
cidadãos com a valorização do comportamento seguro no trânsito, de forma
a que cada um seja um multiplicador na sua comunidade.
RECOMENDAÇÕES PEDAGÓGICAS
Educação Formal – aquela que se realiza em estabelecimentos de
ensino como escolas e universidades. Abrange Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Médio e Superior.
Recomendação: Garantir a inclusão do tema trânsito e o
desenvolvimento de atividades no currículo escolar e nos planos
pedagógicos dos professores.
Educação Não Formal – aquela que se realiza na sociedade através
da família, associações de bairros, clubes, associações esportivas e
recreativas, igrejas, empresas, grupos de escoteiros, conselhos
comunitários, organizações não governamentais, etc.
Recomendação: Garantir um espaço para que o tema trânsito esteja
presente/incluído nas ações sócio-educativas desses grupos – ações
comunitárias.
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Características do público-alvo e atividades recomendadas, segundo as fases do desenvolvimento: |
Fases do desenvolvimento |
Características |
Atividades recomendadas |
CRIANÇA |
• Curiosidade/interesse
• Avidez pelo saber
• Atividade motora intensa
• Pensamento mágico
• Raciocínio operacional concreto |
• Jogos pedagógicos
• Atividades lúdicas
• Espaço vivencial
• Gincanas
• Apresentações artísticas
• Exposição de material
• Dramatização
• Vivências com a família |
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JOVEM |
• Período de transição e desequilíbrio
• Pensamento lógico dedutivo
• Forte relação e identificação com o grupo
• Novas experiências físicas, intelectuais e sociais
• Moralidade baseada em regras ditadas por grupo externo, família, igreja, sociedade |
• Atividades lúdicas
• Seminários
• Maquetes
• Júri simulado
• Dramatização
• Gincana
• Ações de intervenção |
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ADULTO |
• Independência
• Auto-confiança
• Maturidade emocional
• Raciocínio lógico-dedutivo
• Valores introjetados |
• Atividades lúdicas
• Dramatizaçào
• Seminários
• Análise de casos
• Palestras
• Participação em grupos de apoio |
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IDOSO |
• Larga experiência de vida
• Diminuição da agilidade motora
• Diminuição da acuidade visual e auditiva
• Declínio da memória |
• Espaços vivenciais
• Palestras
• Seminários
• Atividades práticas e lúdicas
• Participação em grupos sociais, aproveitando sua experiência de vida
• Incentivo a ações de voluntariado. |
Fonte: Publicação do Programa Gaúcho de Educação para o Trânsito |