segunda-feira, setembro 19, 2011

PROGRAMA GAÚCHO DE EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO


Ações de educação para o trânsito, ninguém duvida, constituem-se, hoje, numa grande necessidade em nossa sociedade. Os números trágicos de vítimas e de acidentes estão a exigir que sejam realizadas e intensificadas, alcançando um número maior de pessoas.

Tais ações vem sendo realizadas por inúmeras entidades governamentais e não governamentais para diferentes públicos. A proposta de construção coletiva de um documento norteador nasceu da constatação de que um trabalho solidário, que respeite os diferentes projetos pela melhoria do trânsito, deveria estabelecer bases para a integração de esforços das instituições e organismos que têm buscado a humanização, potencializando as ações educativas “criando uma rede de solidariedade para a concretização de um trânsito seguro no Rio Grande do Sul ” (PROGET, pág.15).

Em Julho de 2003, o trabalho desta construção coletiva foi iniciado sob a coordenação do Detran-RS. Foi construída uma proposta preliminar de texto por uma comissão representativa de diversas entidades envolvidas em educação e segurança no trânsito, a qual foi analisada e avaliada em 09 encontros regionais no Interior do Estado, por cerca de 600 pessoas, após o que voltou à Comissão para o trabalho de validação das sugestões e redação final.

Publicado o texto, foram realizados outros nove encontros no Interior do Estado com objetivo de socializar e sedimentar o conteúdo do Programa Gaúcho de Educação para o Trânsito.

Em 2007, estarão sendo realizados encontros regionais para implementação deste Programa com vistas a se estabelecer e fortificar uma rede, que congregue todos – instituições, pessoas, ONGs – que estejam envolvidas ou queiram se envolver em ações de educação para o trânsito, para que tenhamos um trânsito menos violento, mais humano e mais solidário no Rio Grande do Sul.

Princípios Norteadores
1. Respeito e cumprimento efetivo das disposições legais, possibilitando ao indivíduo o exercício da cidadania, a conquista da dignidade humana e da qualidade de vida plena.

2. Concepção de trânsito centrada em valores éticos que priorizem a vida.

3. Ações educativas contínuas, de acordo com o contexto e com o público a que se destinam, que promovam comportamentos seguros, através da construção de uma consciência cidadã e democrática.

4. Desmitificação da cultura de trânsito centrada no binômio veículo automotor/condutor, promovendo uma reflexão crítica sobre todos os usuários do trânsito.

Objetivos
1. Envolver todos os segmentos da sociedade na promoção de ações de educação para o trânsito, num processo de permanente análise e discussão, buscando unidade de ação, com vistas a criar uma nova cultura no trânsito gaúcho.

2. Incentivar, acompanhar e avaliar, em caráter permanente, ações, atividades e projetos de educação para o trânsito – na educação formal e não formal – de modo a conscientizar a sociedade sobre o papel de cada um no trânsito e as formas de resolver os desafios advindos dos problemas por ele gerados.

3. Incentivar e promover a participação e o comprometimento dos cidadãos com a valorização do comportamento seguro no trânsito, de forma a que cada um seja um multiplicador na sua comunidade.
RECOMENDAÇÕES PEDAGÓGICAS

Educação Formal – aquela que se realiza em estabelecimentos de ensino como escolas e universidades. Abrange Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Superior.
Recomendação: Garantir a inclusão do tema trânsito e o desenvolvimento de atividades no currículo escolar e nos planos pedagógicos dos professores.

Educação Não Formal – aquela que se realiza na sociedade através da família, associações de bairros, clubes, associações esportivas e recreativas, igrejas, empresas, grupos de escoteiros, conselhos comunitários, organizações não governamentais, etc.
Recomendação: Garantir um espaço para que o tema trânsito esteja presente/incluído nas ações sócio-educativas desses grupos – ações comunitárias.
Características do público-alvo e atividades recomendadas, segundo as fases do desenvolvimento:
Fases do
desenvolvimento
Características Atividades recomendadas
CRIANÇA • Curiosidade/interesse
• Avidez pelo saber
• Atividade motora intensa
• Pensamento mágico
• Raciocínio operacional concreto
• Jogos pedagógicos
• Atividades lúdicas
• Espaço vivencial
• Gincanas
• Apresentações artísticas
• Exposição de material
• Dramatização
• Vivências com a família
JOVEM • Período de transição e desequilíbrio
• Pensamento lógico dedutivo
• Forte relação e identificação com o grupo
• Novas experiências físicas, intelectuais e sociais
• Moralidade baseada em regras ditadas por grupo externo, família, igreja, sociedade
• Atividades lúdicas
• Seminários
• Maquetes
• Júri simulado
• Dramatização
• Gincana
• Ações de intervenção
ADULTO • Independência
• Auto-confiança
• Maturidade emocional
• Raciocínio lógico-dedutivo
• Valores introjetados
• Atividades lúdicas
• Dramatizaçào
• Seminários
• Análise de casos
• Palestras
• Participação em grupos de apoio
IDOSO • Larga experiência de vida
• Diminuição da agilidade motora
• Diminuição da acuidade visual e auditiva
• Declínio da memória
• Espaços vivenciais
• Palestras
• Seminários
• Atividades práticas e lúdicas
• Participação em grupos sociais, aproveitando sua experiência de vida
• Incentivo a ações de voluntariado.
Fonte: Publicação do Programa Gaúcho de Educação para o Trânsito

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