Pesquisa CNT mostra o preocupante estado de conservação das rodovias
gaúchas.
Do ano passado para hoje houve queda de 3,3% nos índices de ótimo e bom
KAMILA ALMEIDA
Dados da pesquisa CNT de Rodovias 2012 mostram em números o que os usuários
de estradas e rodovias gaúchas sentem na prática. Desde 2010, a cada ano, os
índices ótimo e bom sobre o estado geral de conservação dos trechos pioram.
Do ano passado para cá, houve uma queda de 3,3% nesses índices.
O estudo, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) entre 25
O estudo, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) entre 25
de junho e 31 de julho deste ano, em todo o país, mostrou que 58,7% dos 8.150
quilômetros de estradas federais e estaduais do Rio Grande do Sul estão em bom
ou ótimo estado. Em 2011, este índice era de 62%.
De 2011 para cá, o percentual das rodovias ótimas baixou de 18,4% para 11%,
De 2011 para cá, o percentual das rodovias ótimas baixou de 18,4% para 11%,
enquanto as boas subiram de 43,6% para 47,7%. As ruins caíram de 7,6% em 2011
para 7,2% em 2012 e as péssimas se mantiveram em 2,4%. As regulares passaram
de 28,1% para 31,8% em 2012. Isto significa que as vias que deixaram de ocupar
montantes positivos passaram em boa parte para o âmbito regular.
Na última pesquisa, 27 pontos haviam piorado. Nesta, são apenas 12. E também
Na última pesquisa, 27 pontos haviam piorado. Nesta, são apenas 12. E também
há boas notícias. As duas rodovias que conduzem o veraneio dos gaúchos subiram
no conceito da CNT. É o caso de 322 quilômetros pedagiados da BR-290, antes
considerados bons e agora ótimo. O mesmo ocorre com a RS-040, com 85
quilômetros pedagiados avaliados como ótimos.
Foram avaliados 95.707 quilômetros de chão pelo país. Os pesquisadores
observaram pavimento, sinalização e geometria da via.
Das 52 estradas pesquisadas, 12 foram consideradas ruins. Destas, quatro têm
trechos federais. O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul, Vladimir Casa, explica que o órgão
tem um programa de manutenção para todas as rodovias. O último começou a ser
executado em 2009 e se encerra no final deste ano. Segundo ele, empresas estão
sendo licitadas para iniciar os trabalhos. Espera-se R$ 1 bilhão de investimento
no tema nos próximos dois anos.
– Estes contratos se iniciam com obras de recuperação e terminam com as de
manutenção. Com este novo ciclo que começa em 2013, elevaremos os índices
das rodovias federais na pesquisa do ano que vem – disse Casa.
Quase dois terços das rodovias pavimentadas do Brasil estão em situação regular,
ruim ou péssima. O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, afirma que a piora
geral nas estradas foi impulsionada pelo quesito sinalização, principalmente,
horizontal.
No Rio Grande do Sul, os índices mais altos são de desgaste na pista. Exemplo
disso são as BR-153, em Erechim, e RS-122, entre São Vendelino e Farroupilha.
As duas estão entre os 221 pontos críticos espalhados pelo país e foram
documentados pelas equipes que reuniram mais de 5 mil imagens para compor
o dossiê.
– Falhas como essas comprometem a eficiência do transporte de cargas. Faz com
que se consuma mais combustível, na medida em que exige mais dos veículos, e,
como consequência, eleva os preços dos produtos. Ou seja, é o consumidor quem
paga a conta alta pela ineficiência rodoviária – diz Batista.
Pesquisa é realista, diz Beto Albuquerque
Ao detalhar o estudo, dividindo as estatísticas entre trechos pedagiados, federais
e estaduais, os índices ótimo e bom ficam em 82,4%, 69,7% e 46,3%,
respectivamente.
Esses são ingredientes que colocam ainda mais lenha na fogueira das discussões
sobre a decisão de encerrar o contrato com as concessionárias das estaduais em
2013, quando vencem as cláusulas e passam para o controle da União.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, diz
que a pesquisa é realista e que o histórico da malha rodoviária do Estado não é
ótimo mesmo, ressaltando que a maioria foi projetada e construída há muitos
anos.
Beto lembra que, com o financiamento junto ao Banco Mundial de R$ 900
milhões, deve haver uma melhoria nesse cenário. As obras em 2 mil quilômetros
de estradas estaduais devem começar no segundo semestre de 2013, com 600
quilômetros.
Sobre o trecho crítico apontado pela pesquisa, na ERS-122, o secretário lembra
que já foram iniciadas obras no local:
– O problema ali é erosão, característico de uma estrada de Serra.
Para a região serrana também deve ser investido recurso próprio do governo
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