Mortes em acidentes de trânsito aumentam 14% mesmo com fiscalização. Para analista, 'o que intimida é a certeza da punição, não o tamanho'.
Apesar da fiscalização reforçada e dos radares eletrônicos, a violência no trânsito em Brasíliaaumentou. Brasília já foi exemplo nacional de respeito à faixa de pedestre. Hoje tem motorista que ainda respeita mas está longe ser um modelo no trânsito. As infrações são as mais variadas. Vão desde dirigir falando celular até conduzir o carro embriagado. Resultado disso: aumento de 14% no número de mortes em acidentes.
O que intimida é a certeza da punição, não o tamanho da punição. A fórmula em Brasília da mão direita segurando o celular, o braço esquerdo segurando a porta do carro e o pé direito no fundo do acelerador. Todo mundo está chocado com o massacre de 12 pessoas em Paris. No trânsito brasileiro, massacre de 12 pessoas acontece a cada duas horas, o ano inteiro. O seguro obrigatório, o DPVAT, indenizou no ano passado 55 mil mortes no trânsito e 444 mil casos de invalidez permanente.
Brasília era uma ilha nesse mar de sangue. Já não é. Fomos pioneiros no uso do cinto e no respeito à faixa do pedestre. Mas então, alguma mente genial inventou que o pedestre tinha que pedir licença ao motorista para usar a faixa fazendo o tal sinal de vida. Pronto, a faixa, que era do pedestre, passou a ser do motorista.
E aí recuou-se de um processo civilizatório. Ainda assim, a capital do país é o lugar onde mais se respeita a faixa de pedestre no Brasil, embora isso não seja exemplo de situação ideal. Há a cultura de o pedestre caminhar na rua, há a cultura de que quem está dentro de um carro é superior a quem não está.
Nas cidades brasileiras, avós, tios e pais atravessam a faixa de pedestre com o sinal fechado para pedestre, levando os pequeninos pela mão e perpetuando neles esses hábitos não civilizados. Aí, a consequência é a matança, infinitamente superior à matança praticada pelos fanáticos na França.
Nas cidades brasileiras, avós, tios e pais atravessam a faixa de pedestre com o sinal fechado para pedestre, levando os pequeninos pela mão e perpetuando neles esses hábitos não civilizados. Aí, a consequência é a matança, infinitamente superior à matança praticada pelos fanáticos na França.
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