Acordei cedo nesta quinta-feira, 21 de fevereiro com o coração renovado de esperança, certo que tudo
que fizemos não poderia ser reprovado, que todas as provas apresentadas eram inquestionáveis.
Os corpos de meu filho e de seu amigo, a embriaguez comprovada por exames, testemunhas e
Os corpos de meu filho e de seu amigo, a embriaguez comprovada por exames, testemunhas e
pelo próprio depoimento do réu, a velocidade comprovada pela perícia do Paraná em mais de
170 KM/H em uma via pública, a carteira cassada devido aos 130 pontos, decididamente NÃO foram
provas para quem está acima da lei.
Muito fácil de entender, a grande maioria do povo está abaixo da lei, mas há aqueles que estão acima.
Acompanhado de meu advogado, o Dr. Elias Mattar Assad, chegamos ao plenário do supremo um
pouco antes das 14:00. Iniciado os julgamentos às 14:10 pautados para o dia, não conseguia
controlar a ansiedade, a expectativa. Os primeiros casos a serem julgados eram pedidos de habeas
corpus, advogados de dois empresários falidos acusados de descontar de seus funcionários o INSS
e não recolhê-los e de um falsificador, pediam a diminuição da pena.
O quarto processo pela ordem era o nosso.
O ministro relator Sebastião Reis Júnior, começou a ler os principais pontos do recurso do
O quarto processo pela ordem era o nosso.
O ministro relator Sebastião Reis Júnior, começou a ler os principais pontos do recurso do
Ministério Público. Logo em seguida passou a palavra ao assistente da acusação o nosso
advogado Elias Mattar Assad, e estranhamente alertou-o para que fosse breve.
Inflamado o Dr. Elias resumiu em poucas palavras o seu discurso, ressaltando as provas de
embriaguez, da velocidade e da carteira de motorista cassada, lembrando aos ministros a
importancia do caso, um divisor de águas para crimes de trânsito.
Em seguida foi a vez do advogado de defesa contratado pela Família Carli que atua pelo
escritório de Brasília do ex-ministro Nilson Naves, o Dr. Cesar Bittencourt.
Em seu pronunciamento acusou os novos juízes de incompetentes, despreparados, de
desconhecer o significado de DOLO EVENTUAL, que o ex-deputado estaria sendo vítima da
mídia e do povo do Paraná simplesmente por ser político e rico, que cometeu um crime comum
de trânsito. Ouvindo atentamente as palavras do advogado, chamou-me a atenção o presidente
da Sexta Turma o ministro Ogg Fernandes, que de forma insistente balançava o seu rosto em
sinal de APROVAÇÃO e ADMIRAÇÃO.
Terminado o seu discurso, Ogg Fernandes ofereceu caso o advogado de defesa desejasse,
todo o tempo necessário. Não aceitando, o relator deu sequência aos trabalhos dizendo que o
processo fôra prejudicado pela questão técnica do álcool, que deveria retornar para que fosse
julgado novamente pelo TJPR.
Não entendi mais nada, termos jurídicos eram colocados alegando que o pocesso então
chamado de Mona Lisa devido a presença de tão fortes evidências, apresentava problemas que
impediam a confirmação do Júri Popular.
Como pai de um dos jovens mortos, receber a notícia passados quatro anos, digerir que o
processo terá que voltar ao TJ do Paraná, me fez refletir sobre o nosso país. Existem os que
estão abaixo e os que estão acima da lei. Voltei ao dia 7 de maio de 2009, segundos antes
da tragédia e entendi porque.
Havia uma sombra que fazia sombra ao passat do ex-deputado. Esta figura usando de sua
influência por interesse pessoal, ajustou o processo dentro das brechas e entendimentos
jurídicos.
O que se esconde atrás destas duas mortes?
Que força é esta capaz de chegar a Brasília e transformar a verdade em mentira e a mentira
em verdade?
Para muitos, mais duas vítimas da violência do trânsito, tristezas que se somam a milhares
de outras alimentadas pela impunidade de décadas e décadas em nosso país.
Ouvi nesta última quarta de um grande amigo a informação que irá deixar o Brasil com sua
família. A razão: a INJUSTIÇA. Que não suportaria viver com a dor da perda de um filho.
A violência está em toda parte e os responsáveis somos nós que aceitamos que professores
sejam desvalorizados, que a educação seja tratada com desinteresse. A omissão transformou
este rico país, em um país pobre de esperança.
Gilmar Yared
Comentário: Alguém pode dizer o que este indivíduo (igualmente assassino) chamado de
Gilmar Yared
Comentário: Alguém pode dizer o que este indivíduo (igualmente assassino) chamado de
Cesar Bittencourt, quer dizer quando se refere a este crime, como
CRIME DE TRANSITO COMUM ?
Dirigir completamente embriagado a 170 Km/h e matar dois jovens,
é um CRIME DE TRANSITO COMUM ?
COMUM, é a injustiça, COMUM é a falta de respeito o deboche da nossa atual assim chamada "JUSTIÇA".
(Siegmar)
COMUM, é a injustiça, COMUM é a falta de respeito o deboche da nossa atual assim chamada "JUSTIÇA".
(Siegmar)
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